quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Queixas

Não são de crimes
Nem corrupção
Não são por injustiças
Ou por desilusão

Me queixo do que quiser
Pelo motivo que for
Se for clichê, vou mesmo é me queixar do amor:

Amor
Me queixo do teu queixo furadinho
Do teu cabelo meticulosamente arrumadinho
E esse terno engomadinho?

Queixo da decisão errada
De uma escolha mal tomada
De um ímpeto de calor
De meu corpo clamando por amor

Só queixo.

Reações Adversas

Estúpida é a coisinha
Pulsa forte
Não segue linha
Não segue razão alguma

Samba de um lado para o outro
Inquieta as pernas
Desconforta o corpo
Só sossega na despedida

Preenche teu rosto
Macio que parece
Se um dia eu provar teu gosto
Ah, Deus, paraíso na terra finalmente existirá!

Já se foi o disco voador.

Partiu a tristeza do poema
Relutou, condenou, machucou, sangrou
Depois? Passou.

Impossível escrever quando pulso alegre
Mas disposta estou a mudar essa rotina
Daqui pra frente
Sorrisos também merecerão brotar destas laicas palavras

É chegada a hora de um novo respirar
Aliviada sinto meu cantar!

Joy

Chuva fina que cai
Lava a alma e distrai
Alegra cada sensor, motor, rubor - humano
Traz à tona o perigo, libido, sentido - animal

Sem motivo ou com, foi você quem me ensinou
Livre de preconceito, bicho-grilar
E pensar, vibrar, desejar

O êxodo me mostrou
Só agradeço
Pois agora vou...

sábado, 30 de junho de 2012

Entrelinhas do Chapéu

No vazio de meu quarto
Relembro teus poemas
Fortes como teu vocabulário
Me impressionam e me encantam, libertam meu semblante.

Sincera é a imagem que passo
Livre de amarras
Sem medo das mancadas

Gafes ou não
Liberdade alcoólica benéfica
Sem censura de expressões

Posso libertar tudo de novo?
Agradeço pela noite de bom sono.

domingo, 17 de junho de 2012

Pretty Bubbles in the Air

Que orgulho é esse
De ser odiado por todos
De pisar em seus valores
De achar piegas entregar flores?

Pobre de mim
Nascente do século errado
Vivente de teu mau passado
Apegada a um falso atestado de saber

A vida ensina, meu nego
E ela te mostrará
Nem sempre a maior idade
Implica em igual maturidade

Trinta e poucos, por enquanto
Muitos "amores"
Falsos valores
Lembranças que como alfinetes machucarão

Arrependimento certeiro
Por ter vivido apenas o corpo
E desprezado o amor inteiro
E o único verdadeiro

Te levarei flores.


Vitória

Súplicas atendidas
Vontades vencidas
Barbaridades supridas

Buraco fechado
Coração curado
Tratado do pavor

Consciência tranquila
Choro ressecado
Abraço apertado
No vento, meu amor

Só, por obrigação
Mas agradecida pela forçada opção.

Resposta ao Ônibus

Virei o disco
Mas fui azarada
A música é a mesma
Pior ainda, com mais variações de tristeza

E daí se o amor acabou?
Fácil é ser assim, otimista
Quando a face não necessita ser vista

Rosto pálido que vês
Pois tapeado de humilhação
Só não fica vermelho da lesão
Pois são marcas feitas por alguém sem coração.
Clichês fazem sentido
Montanha-russa é a vida
No chão, expectativa
No topo, desilusão

Que o tempo é o melhor o remédio?
Outro bordão satisfatório
Tic-tac na mesma frequência do coração
Esperando a hora de superar a decepção

Assim passo os dias escrevendo
Tu que és meu amigo, meu grande amor
Tu aceitas tudo, papel
Certamente é meu melhor consolador.

domingo, 22 de abril de 2012

Bad Dream.

Mais uma manhã em que acordo com o coração disparado
Não sei se é desespero por não estar a teu lado
Ou angústia por saber que tua cama está completa

De qualquer forma
Ainda eu é que pago por pecados que não cometi
Sei do valor da vida
Mas às vezes ela já não me parece tão válida

Se a oportunidade me for dada
Gostaria de correr atrás do prejuízo
Já são noites sem dormir
Dias pensando que vou morrer

Não quero mais esse peso em meu peito
Por isso, não perco a esperança
Rezo, imploro e choro
Para que uma chance de liberdade me alcance

Antes que seja tarde.